A informação falsa sobre “benefícios das bebidas alcoólicas”
é uma verdadeira pandemia na internet. O alcoolismo já é por si só um problema
que dispensa qualquer contributo publicitário e muito mais agora com esta manipulação falsa, insidiosa e manipuladora.
Uma substância é benéfica para a saúde das pessoas quando
pode ser usada por todas as pessoas. O exercício físico pode ser aconselhado a
todas as pessoas; as vitaminas são úteis para todas as pessoas; os legumes são
necessários a todas as pessoas; as bebidas alcoólicas NÃO! A insinuação sobre os benefícios das bebidas alcoólicas incorre, no mínimo, numa falta grave: a generalização.
Cientificamente, relativamente às bebidas alcoólicas, nos seus efeitos no organismo e na saúde humana, no cérebro e no coração, em doses "moderadas" e nos indivíduos adultos, que não estejam grávidas ou a amamentar, que não conduzam máquinas, que não sejam portadores de doenças incompatíveis com o álcool e que não estejam a consumir medicamentos incompatíveis: as ditas não fazem bem nem mal!
Cientificamente, relativamente às bebidas alcoólicas, nos seus efeitos no organismo e na saúde humana, no cérebro e no coração, em doses "moderadas" e nos indivíduos adultos, que não estejam grávidas ou a amamentar, que não conduzam máquinas, que não sejam portadores de doenças incompatíveis com o álcool e que não estejam a consumir medicamentos incompatíveis: as ditas não fazem bem nem mal!
Colocar as bebidas alcoólicas num patamar de equivalência
aos alimentos essenciais à saúde das pessoas e generalizá-las como úteis a
todos os indivíduos é perverso, manipulador e totalmente censurável.
Até há uns tempos atrás a desconfiança incidia sobre as
indústrias de bebidas alcoólicas ávidas por fintar algumas restrições publicitárias
legais para tentar alcançar os mais jovens e as mulheres como novos
consumidores. Esta indústria cresceu imenso e os seus lucros agora
permitem-lhes fazer imensos patrocínios e com grande visibilidade, como é o caso
de equipas desportivas de futebol, alcançando desta forma, de novo, todas as
faixas etárias.
A habilidade destas indústrias foi também compensada com uma
mensagem de “moderação” nos horários que lhes permitem fazer publicidade
nos suportes televisivos; e para os horários impeditivos inventaram uma cerveja
“sem álcool” de forma a poderem publicitar do mesmo modo a sua marca, o seu
nome e logo.
Mais recentemente, sites com "estudos universitários" de instituições conhecidas internacionalmente começaram a invadir as redes sociais. Estes sites
comerciais de pequenos negócios proliferam aos milhares e são partilhados
facilmente por pessoas que por diversas razões são levadas a acreditar nas suas
teses. Criam imagens gráficas, e até vídeos, com frases cativantes para atrair especialmente
os mais jovens. Quando o utilizador entra nestes sites e blogs, é criado o cenário para
vender publicidade. Através do número de visualizações alcançadas essas empresas pagam ao indivíduo que produziu a informação.
É desta forma que uma pequena “tasca on-line” se converte
numa empresa lucrativa. Consegue-o à custa de uma qualquer notícia populista, conveniente, com uma verdade distorcida e do uso abusivo do nome de uma instituição prestigiada.
Faça uma experiência:
quando descobrir um desses sites a promover as bebidas alcoólicas como benéficas
para a saúde, abra, dê um ou dois cliques nesse site e depois regresse ao
facebook. Verificará facilmente que a publicidade na coluna lateral direita terá
mudado para um anúncio relacionado com um produto do site que consultou anteriormente e que produziu a “informação isco”.
Nos países “desenvolvidos”, em Portugal inclusive, fazer publicidade associando o álcool a efeitos benéficos para a saúde é proibido por Lei. (Decreto-lei nº 330/90, de 23 de Outubro e Decreto-Lei nº 332/2001, de 24 de Dezembro). Mas, mesmo que não fosse assim, hoje em dia, a internet é um meio de utilização bastante barato, com um potencial de alcance imprevisível. Com o contributo dos "cookies" a espiar as nossas preferências por onde quer que andemos a vasculhar, os mais habilidosos somam vantagem sobre os restantes.
Nos países “desenvolvidos”, em Portugal inclusive, fazer publicidade associando o álcool a efeitos benéficos para a saúde é proibido por Lei. (Decreto-lei nº 330/90, de 23 de Outubro e Decreto-Lei nº 332/2001, de 24 de Dezembro). Mas, mesmo que não fosse assim, hoje em dia, a internet é um meio de utilização bastante barato, com um potencial de alcance imprevisível. Com o contributo dos "cookies" a espiar as nossas preferências por onde quer que andemos a vasculhar, os mais habilidosos somam vantagem sobre os restantes.
Porque as pessoas partilham esta informação falsa?
Os mitos sobre as bebidas alcoólicas já vêm de longe: o
álcool dá força; o álcool aquece; o álcool é um alimento, etc… As organizações
públicas e privadas, especialistas e técnicos, que lidam com estas questões nunca
conseguiram remover estes falsos conceitos populares, nem irão consegui-lo.
Estes mitos continuarão a atravessar gerações e tenderão a multiplicar-se com
novas formas publicitárias de abordagem. Esta informação manipulada visa
especialmente as preocupações das pessoas nas áreas da saúde mental, problemas
do coração e emagrecimento, preocupação muito em voga hoje em dia. Quando
surgir uma nova tendência de preocupação social, logo, o álcool será apresentado
como a substância mais adequada para lhe dar resposta. Contudo, o álcool nunca
será uma resposta para o problema do alcoolismo e esse, tem potencial para crescer com mais este contributo falso!
As razões porque as pessoas partilham inconscientemente
estas informações armadilhadas serão várias:
- Em questões de saúde as pessoas partilham aquilo que lhes
parece ser verdade;
- As pessoas partilham aquilo que entendem que os seus
amigos irão gostar;
- Partilham para justificar o seu
comportamento de consumo;
Ao contrário, porque as pessoas não partilham informação de
fontes credíveis?
- Investigar um assunto de saúde só é prioritário quando nos
afecta pessoalmente;
- Não é um assunto popular;
- As pessoas têm receio de serem rotuladas
“anti-álcool”.
A internet não tem fronteiras e o mundo transforma-se a cada
dia numa aldeia única. Apenas os homens e as mulheres de boa vontade podem
fazer frente aos malefícios que as novas tecnologias trazem à sociedade. Mais
uma vez, confirma-se que cada época tem a sua classe de vigaristas que se
aproveitam dos espaços deixados em vazio pelos legisladores. Esta forma
corrupta de atrair pessoas para estas “tascas caseiras” só será travada se um
punhado de heróis denunciar mais esta chaga social ou se a mesma se tornar
excessivamente tão absurda a ponto de os estragos causados por esta má informação
começar a causar danos demasiado visíveis.
Samuel Dias.
Samuel Dias.
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