quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mais um ataque

Foto de uma das árvores roubadas.

Não é a primeira vez que somos visitados.

A nossa primeira visita foi um incêndio por fogo posto a norte do nosso terreno o qual saltando a A2 prolongou-se até ao Pinhal do General e Concelho de Sesimbra. A intervenção dos bombeiros do Seixal e o facto de o nosso terreno estar limpo de mato poupou-nos do pior e forçou a construção do muro para evitar a circulação de viaturas dentro do nosso espaço.


O incêndio em Agosto de 2008

O segundo ataque foi durante a construção do muro. A maioria dos tijolos e de mão-de-obra foram oferecidos e certa manhã quando chegámos ao local tinham sido roubados cerca de 100 tijolos que tínhamos deixado preparados para o trabalho que se seguiria. Mais, o ladrão deve se ter assustado pois derrubou a parede ainda fresca para a sua fuga. No fim da tarde seguinte uma carrinha pick up 4x4 preta passa no outro lado da auto-estrada em marcha lenta e com o condutor atento ao que se estava a passar no nosso terreno. Não deixámos qualquer tijolo no chão a partir de então.

Foto tirada de dentro para fora.
O local por onde se escapou o ladrão dos tijolos derrubando a parede fresca.
Mais abaixo está a foto do lenhador fotografado no lado de dentro.
O terceiro confronto foi com dois sucateiros de etnia de leste que estavam à entrada do nosso terreno a roubar escória, um produto que nos ofertaram para fazer os caminhos nos locais mais movediços. Por ter percebido que eram dois fiquei junto à estrada principal e esperei-os pacientemente. Ficaram doidos de irritação quando lhes tirei uma foto à carrinha em que seguiam. E seguiu-se também uma forte discussão tendo eu acabado por prometer que não iria fazer queixa e não usaria a fotografia.
Foto tirada no início do acesso ao terreno.
Os dois sucateiros surpreendidos com a "mão na massa"
A quarta visita foi a de um lenhador. Com a carrinha da Cruz Azul tapei-lhe a saída.
Tinha entrado por um caminho a meio do terreno e galgado o muro, no local que os primeiros assaltantes usaram para a sua fuga. Durante uns cinco minutos esteve debaixo da minha observação entretido a cortar e a colocar madeira dos pinheiros que estava a cortar no carrinho de mão para posteriormente o transportar para a sua carrinha. Enquanto eu tirava fotografias e decidia se ligava para a G.N.R. ele levanta a cabeça e vem em minha direcção com o machado na mão. Como já lhe tinha tirado as medidas não tive medo dele, mas o homem teve o bom senso de pousar o machado no muro e apresentou os seus pedidos de perdão e vergonha pelo que estava a fazer. Deixei-o ir. O apelido dele era Espírito Santo, que coisa…


A carrinha do lenhador no lado de fora da propriedade.
Ao fundo, à esquerda da carrinha consegue ver-se o amigo do alheio.
A quinta vez foi o maior desastre da nossa história de presença naquele local. Uns bandidos, pelo entardecer, suponho, (pois deixaram uma coluna intacta que não terão visto no centro da propriedade) partiram e rebentaram com 15 colunas de água e caixas no solo para roubar toda a aparelhagem metálica. Lembro-me que gastámos em cada caixa cerca de 100,00 €, portanto, sem contar com a mão-de-obra, que apesar de ter sido oferecida é contabilizada, façamos as contas. Este estrago já foi reposto mas com material de plástico mas mais caro e as caixas foram tapadas com o entulho que eles tinham deixado e com terra.


Uma das 15 caixas e colunas destruídas para roubar os acessórios de latão.
O último e sexto assalto, foi às árvores de fruto e decorativas que tinham sido recentemente plantadas. A que está no topo deste artigo e no centro da foto foi uma das que desapareceu. As árvores de fruto não serão repostas pois o risco de voltar a acontecer é elevado e por isso teremos que deixar para mais tarde esta possibilidade, quando o terreno estiver finalmente guardado permanentemente.

Amostra das árvores que foram roubadas
Ainda, para que não se pense que só nos levam coisas também fomos repetidamente contemplados com lixo. Esta actividade cessou depois que colocámos um portão com rede, o qual de certa forma fez perceber, como se isso não fosse já claro, que o terreno é privado e está a ser cuidado regularmente. Contudo a rampa de acesso ainda é repetidamente invadida com artigos deste género.
Lixo depositado na propriedade
O património vegetal no terreno é de cerca de 9.900,00 €. Já plantámos mais de 700 árvores de diferentes espécies e ainda plantaremos mais. O terreno continuará a ficar cada vez mais belo e não pouparemos esforços para continuar a fazer deste espaço um lugar para a restauração da vida pessoal e familiar de muitos que sofrem escravizados pela bebida e não só. Estamos certos de que apesar da escassez de recursos financeiros com que lutamos, não podemos, apesar disso, ficar parados, e por isso trabalhamos com o pouco que temos no muito que nos confiado, pois seguramente que, a seu tempo, Deus providenciará tudo quanto necessitamos e de acordo com a nossa capacidade e necessidade.

Obrigado a todos mais uma vez pelo apoio.

Samuel Dias


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