sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A teimosia


“Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura.” Provérbios 29:1

Os dois maiores teimosos da Bíblia são Faraó e Jonas. Um teimava em não reconhecer que o Deus dos hebreus era superior aos deuses do Egito, e o outro, conhecendo o Deus verdadeiro, era obstinado do desejo de que os inimigos de Israel fossem destruídos. As consequências para Faraó foram a humilhação e destruição do seu próprio povo, para Jonas, felizmente, foi o reconhecimento que a sua teimosia estava errada em querer castigar os Ninivitas, quando o que Deus prefere é um coração arrependido e mudado. No processo de mudança, porém, Jonas teve que sofrer.

Há diversos tipos de teimosia: uns sabendo o certo inclinam-se para o mal e outros mesmo sabendo que estão errados teimam em fazer o que é errado. Ambos brincam deliberadamente com as consequências que a qualquer momento podem estragar por completo as suas vidas. É uma questão de tempo.

Há ainda a nossa própria teimosia a qual pode ser mais ou menos invisível aos nossos próprios olhos. Não nos apercebemos que temos esse defeito, ou então a faceta mais cruel da nossa teimosia pode estar relacionada com o orgulho, egoísmo ou egocentrismo. Sabemos que estamos errados mas não queremos dar “o braço a torcer”.

Um teimoso empata a sua própria vida, a da sua família, os projetos em que se envolve e destrói as amizades. O teimoso é por natureza um insensato que tenta impor a sua opinião a qualquer custo.

A teimosia pode combater-se com disciplina, prudência, humildade e muito diálogo. O teimoso é por natureza muito presunçoso e conflituoso. Se o indivíduo reconhece que tem uma dose elevada desta deformação no carácter isso é um bom passo para começar uma nova vida.

“Endurece a cerviz”, quer dizer que a pessoa não se curva, ouve, eventualmente, mas fica ainda mais renitente em aceitar a opinião do outro.

Não podemos tirar a teimosia dos outros, só a de nós próprios. A teimosia é uma reação imediata que se pode detetar pelo próprio com mais facilidade do que o orgulho, desde que haja alguma sensibilidade pessoal. Isso corrige-se com humildade e com disciplina. Como remédio para os outros podemos utilizar o diálogo e a frontalidade, mas se tivermos que observar as consequências das suas obstinações depois precisaremos de muita paciência e amor para ajudar a reduzir os danos por eles causados, e isto se formos a tempo de o conseguir.

"E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo? Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala, e pôs os alicerces sobre a rocha; e vindo a enchente, bateu com ímpeto a torrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque tinha sido bem edificada. Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a torrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.” Lucas 6:46-49

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