sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A comunicação


Uma boa comunicação é uma ferramenta básica para o sucesso dos grupos de apoio. Numa das minhas pesquisas encontrei este trabalho realizado por Mariane Ceron:

"Os ruídos são elementos físicos externos aos participantes da comunicação, por exemplo, sala de recepção inadequada à Unidade de Saúde, uma enorme quantidade de pessoas, arquitetura e decoração inapropriadas, interrupções à consulta (como chamadas telefónicas).

Já as interferências são internas aos comunicadores, dividindo-se em três classes: as interferências cognitivas, as interferências emocionais e as interferências socioculturais.
As interferências cognitivas dizem respeito à incapacidade do paciente de se expressar de maneira compreensível, devido, por exemplo, a fortes crenças mágicas sobre o papel do médico, ou convicções sobre aspectos de cuidar ou curar. Por parte dos profissionais de saúde, também há crenças baseadas nos princípios tradicionais, mecanicistas e cartesianos da ciência, além do aspecto supostamente neutro e distanciado da figura do médico.

Este também tende a ignorar aspectos psicossociais de seus pacientes, o que também atrapalha a comunicação. As interferências emocionais se apresentam quando os pacientes possuem algum transtorno psiquiátrico (depressão, ansiedade etc.), ou emoções extremas (ressentimento, agressividade).

Ou ainda, nos casos em que o entrevistador é disfuncional e demonstra desresponsabilização, desinteresse, ou mesmo uma excessiva projeção sobre o paciente (por exemplo, pressupor que adolescentes grávidas são irresponsáveis e imorais, generalizar e tratar todas com sermões moralistas, sem nem sequer escutar as histórias de vida delas).

As interferências socioculturais são exacerbadas quando há notável diferença sociocultural entre o paciente e o profissional. Isso incide nas crenças de custo-benefício sobre a comunicação pretendida: “Para que me dar ao trabalho se ele não vai me entender, pois vive em outro mundo?”. Devido às diferenças, o princípio da reciprocidade – ou seja, da capacidade que um tem de influenciar o outro –, é colocado em xeque..."

Texto completo em: Habilidades de Comunicação:Abordagem centrada na pessoa

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