quinta-feira, 24 de março de 2016

ABC do álcool


O que o organismo faz ao álcool.

Quando se consome uma bebida alcoólica, o álcool passa em pouco tempo para o sangue: 15 a 30 minutos se ingerido fora da refeição ou 30 a 60 minutos se a passagem é retardada pela presença de alimentos. A absorção pelo sangue depende directamente do teor e concentração de álcool da bebida. O álcool é então transportado pelo sangue até ao fígado, onde inicia a sua lenta degradação. É sangue com álcool que prossegue na circulação atingindo o coração, os pulmões, cérebro, rins e todas as partes do corpo.

A metabolização (queima) do álcool faz-se principalmente no fígado (95%). O restante é eliminado pelos pulmões (ar expirado), rins (urina) e pele (transpiração). Apesar de a maior parte do álcool ser queimado no fígado, este órgão não tem capacidade para destruir toda e qualquer quantidade de álcool que o invade.

A taxa de alcoolémia.

A taxa de alcoolémia é a quantidade de álcool existente no sangue em determinado momento e expressa-se em gramas de álcool por litro de sangue. A taxa de 0,5 gramas por litro de sangue é facilmente atingida com menos de três imperiais.

A presença de álcool no sangue é a indicação de que o álcool se espalhou em todo o corpo e particularmente nos órgãos mais irrigados, como o fígado, pulmões e o cérebro.

De que depende o nível de alcoolémia:
  • Da quantidade ingerida e teor de álcool da bebida;
  • Do momento de absorção. Para a mesma quantidade de álcool, o nível de alcoolémia é um terço mais alto quando ingerido em jejum;
  • Do ritmo de absorção. O consumo rápido e maciço acelera o aumento da alcoolémia.
  • Da pessoa. A mesma quantidade de álcool não tem o mesmo efeito sobre todas as pessoas. A alcoolémia é tanto mais elevada quanto menor é o peso da pessoa; a mulher é mais sensível do que o homem; o estado geral, a fadiga e doenças também afectam o nível de alcoolémia. A alcoolémia aumenta à medida que cresce a absorção.
  • Do álcool pelo sistema digestivo. Depois, diminui lentamente de acordo com a degradação do álcool pelo fígado.
O alcoolismo agudo ou embriaguez.

Quando se bebe numa noite ou numa refeição uma grande quantidade de bebidas alcoólicas, os efeitos do álcool dependem da sua concentração no sangue do indivíduo e sobretudo da sua acção sobre o sistema nervoso central.

Os efeitos imediatos da intoxicação aguda ou embriaguez são um conjunto de perturbações físicas e mentais, como excitação psíquica, euforia, diminuição da tensão e ansiedade, podendo evoluir para falta da coordenação motora e do equilíbrio e posteriormente, náuseas, vómitos, sono profundo, coma e eventualmente a morte.

O alcoolismo crónico.

A ingestão excessiva habitual de bebidas alcoólicas, muitas vezes em pequenas doses, mas repetidas ao longo do dia, mantém uma alcoolização permanente do organismo e uma situação de intoxicação alcoólica crónica, doença alcoólica ou alcoolismo crónico.

Assim, existe um efeito tóxico contínuo sobre os órgãos do corpo, que provoca graves alterações físicas: gastrites, úlceras, falta de apetite, vómitos, cirrose hepática, sintomas neuro-musculares (formigueiros, adormecimento dos dedos, cãibras, dores e cansaço muscular, tremores das mãos), doenças cardiovasculares e do aparelho respiratório e também alterações mentais e psicológicas como dificuldades de raciocínio, perda de memória, irritabilidade, depressão, delírio alcoólico, etc.

Os diferentes tipos de álcool.

As bebidas alcoólicas contêm diferentes teores de álcool. Podem distinguir-se dois grupos, de acordo com a quantidade de álcool e o processo de fabrico.

As bebidas fermentadas são obtidas a partir da fermentação de açúcares constituintes de frutos por acção de microorganismos chamados leveduras. Estas bebidas podem obter-se a partir de frutos, cereais, grãos, tubérculos e cactos.

As bebidas destiladas são obtidas através da destilação, dando origem a bebidas com maior percentagem de álcool, como por exemplo, a aguardente, whisky, gin, vodka, brandies, etc.

A graduação.

A graduação é o volume, em percentagem de álcool puro por litro dessa bebida. Exprime-se em graus e varia de bebida para bebida.



Pode beber-se a mesma quantidade de álcool ingerindo bebidas diferentes. Mas ao misturar gasosa na cerveja ou água castelo no whisky, aumenta a quantidade de bebida mas não diminui a quantidade de álcool que acaba por ingerir. Apenas dilui o álcool.

As mentiras acerca do álcool.
  1. O álcool não aquece. O álcool faz com que o sangue venha do interior do organismo à superfície da pele, dando a sensação de calor, mas esta deslocação do sangue provoca uma perda do calor interno, prejudicando o funcionamento de todos os órgãos.
  2. O álcool não mata a sede. A sensação de sede significa necessidade de água. Quando se toma uma bebida alcoólica, uma considerável quantidade de água, que faz falta ao organismo, sai pela urina, aumentando assim a necessidade de água no organismo, logo a sede.
  3. O álcool não dá força. O álcool tem uma acção excitante, que disfarça o cansaço do trabalho físico ou intelectual intenso, dando a ilusão de voltarem as forças, mas, depois, o cansaço é a dobrar, porque gastou energias ao ser queimado no fígado.
  4. O álcool não ajuda a digestão e não abre o apetite. O álcool faz com que os movimentos do estômago sejam muito mais rápidos e os alimentos passam para o intestino sem estarem devidamente digeridos, dando a sensação de estômago vazio. O resultado é a falta de apetite e o aparecimento de gastrites e úlceras.
  5. O álcool não é um alimento. O álcool não é um nutriente porque produz calorias inúteis para os músculos e não serve para o funcionamento das células, contrariamente aos verdadeiros nutrientes ele não ajuda na edificação, construção e reconstrução do organismo. Ao contrário dos nutrientes, o álcool não é armazenado, sendo destruído nas horas seguintes à sua ingestão.
  6. O álcool não é um medicamento. É exactamente o contrário de um medicamento. Provoca apenas uma excitação e uma anestesia passageira que pode abafar durante algum tempo, dores ou sensação de mal-estar, acabando por ter consequências ainda mais graves.
Cruz Azul

Sem comentários:

Enviar um comentário