quarta-feira, 16 de março de 2016

Indicadores de alcoolismo


Uma das questões primárias na identificação de um caso de alcoolismo é um diagnóstico tão exacto quanto possível. Lembramos que a Cruz Azul e os seus colaboradores não substituem os recursos clínicos, contudo devemos contribuir na medida do possível para a resolução dos problemas fazendo uso de todos os conhecimentos que temos à nossa disposição.

Os questionários são uma óptima ferramenta de que podemos dispor e podem ser usados num contacto pessoal, numa reunião de grupo ou numa sessão de ensino.

As quatro fases na evolução do alcoolismo:


Fase 1: A fase pré-alcoólica

Quem responder afirmativamente a qualquer destas perguntas – em especial à pergunta 4 – deve dosear a quantidade de álcool que ingere, pois poderá vir a sofrer mais tarde graves problemas.
  • 1. Bebo para me sentir à vontade em reuniões sociais?
  • 2. Bebo para esquecer as preocupações ou a ansiedade?
  • 3. Sinto-me profissionalmente mais eficiente ou confiante quando bebo?
  • 4. Preciso de beber mais do que anteriormente para conseguir os mesmos resultados

Fase 2: A fase do alcoolismo embrionário

Respostas afirmativas a uma ou mais perguntas indicam que o indivíduo se encontra declaradamente em vias de se tornar um alcoólico. Deverá, pois, reduzir drasticamente o consumo do álcool. A maioria das pessoas consegue fazê-lo nesta fase sem auxílio alheio.

  • 5. Após um período em que bebi bastante, sem no entanto me embriagar verdadeiramente, sinto dificuldade em me lembrar do que disse ou fiz?
  • 6. Bebo sub-repticiamente ou em segredo?
  • 7. Se presumo que não haverá álcool suficiente numa festa, bebo antecipadamente?
  • 8. Bebo em grandes tragos?
  • 9. Procuro empregos que me facultem um acesso fácil a bebidas alcoólicas?
  • 10. Conduzo ocasional ou frequentemente depois de ter tomado diversas bebidas?
Fase 3: A fase crucial

Cada resposta afirmativa constitui uma advertência de risco iminente, indicando que é necessário reduzir drasticamente o consumo de álcool e, em certos casos, deixar mesmo de beber. Nesta fase, pode ser necessária a ajuda da família ou de amigos ou até o recurso à assistência médica. O indivíduo não é ainda necessariamente um alcoólico crónico, mas virá a sê-lo se não alterar imediatamente os seus hábitos.

  • 11. Continuo a beber depois de ter decidido tomar só mais «um ou dois copos»?
  • 12. Sofro frequentemente de ressacas?
  • 13. Trai-me a ideia de curar a ressaca com outra bebida?
  • 14. Sofro de tremuras pela manhã?
  • 15. Tomo uma bebida logo pela manhã?
  • 16. Deixo de tomar algumas refeições devido à bebida?
  • 17. Experimento um sentimento de culpa em relação à quantidade de álcool que bebo?
  • 18. Prefiro beber sozinho?
  • 19. Falto ao trabalho em consequência de beber?
  • 20. O facto de eu beber afecta a minha família?
  • 21. Sinto necessidade de beber diariamente a determinadas horas?
  • 22. Necessito de beber de tantas em tantas horas?
  • 23. Trago comigo bebidas alcoólicas, por exemplo no automóvel ou na pasta?
  • 24. O álcool torna-me irritável?
  • 25. Fiquei ciumento desde que comecei a beber muito?
  • 26. O álcool provoca-me sintomas físicos, tais como dores de estômago?
  • 27. O álcool torna-se inquieto ou causa-me insónias?
  • 28. Preciso de beber para adormecer?
  • 29. Descontrolo-me quando bebo?
  • 30. Revelo menos espírito de iniciativa, ambição, concentração ou eficiência que anteriormente?
  • 31. As minhas necessidades de ordem sexual diminuíram?
  • 32. Tornei-me especialmente melancólico?
  • 33. Tendo a isolar-me e perdi amigos?
  • 34. A minha mulher e os meus filhos foram obrigados a alterar o seu estilo de vida – por exemplo, deixaram de sair ou de convidar amigos – em consequência de eu beber?
  • 35. A bebida dificultou-me o contacto social ou alterou-me a personalidade?
  • 36. Sinto tendência para beber em lugares onde não é provável encontrar amigos ou conhecidos ou com pessoas de um meio diferente do meu?
  • 37. Perco a paz de espírito quando bebo?
  • 38. Sinto-me ofendido, com pena de mim mesmo e considero que sou injustamente tratado?
  • 39. Arrisco-me a perder o emprego ou a reputação devido ao álcool?
Fase 4: A fase crónica

A resposta afirmativa a qualquer das três primeiras perguntas significa que existe grande probabilidade de se ser alcoólico. A resposta afirmativa a qualquer das últimas cinco perguntas significa que já se é alcoólico. O indivíduo necessita de ajudaimediata ou poderá causar a si próprio danos mentais ou físicos irreversíveis.
  • 40. Já alguma vez considerei seriamente a hipótese de me suicidar quando sob os efeitos do álcool?
  • 41. Considero-me incapaz de enfrentar a vida, quer esteja ou não sob os efeitos do álcool?
  • 42. Manifesto qualquer dos seguintes sintomas – os quais, dada a inexistência de outras causas, são sempre resultantes de um abuso de álcool: vómitos de sangue, sangue nas fezes, fortes dores abdominais, desequilíbrio no andar (quando não estou sob o efeito do álcool), dores nas barrigas das pernas, ataques semelhantes aos epilépticos, alucinações(delirium tremens), fortes tremuras ou suores nocturnos?
  • 43. Costumo participar assiduamente em reuniões sociais, bebendo grandes quantidades de álcool vários dias seguidos?
  • 44. Fico embriagado com muito menores quantidades de álcool que anteriormente?
  • 45. Sou incapaz de desempenhar qualquer tarefa ou tomar qualquer decisão antes de ingerir uma bebida como estimulante?
  • 46. Sinto-me incapaz de deixar de beber, não obstante ter sido prevenido de que o álcool me irá matar?
  • 47. Embora tenha várias vezes tentado reduzir, ou mesmo eliminar, o consumo de álcool, recomeço sempre a beber descontrolada e excessivamente?
  • Bom senso no consumo de bebidas alcoólicas.
Certas regras ditadas pelo bom senso podem impedir quer a entrada no alcoolismo, quer a embriaguez.

Não ingerir qualquer bebida alcoólica antes de conduzir um automóvel.
Não beber por «razões terapêuticas», como para eliminar a ansiedade e a depressão ou combater o cansaço.
Não beber sozinho.
Não beber logo pela manhã.
Não beber em jejum.
Não criar o hábito de beber para adormecer, que facilmente poderá acarretar o vício.
Não misturar álcool com qualquer medicamento.
Não beber álcool em grandes tragos. Sorvê-lo lentamente.
Não beber para superar a solidão depois de um desgosto.

Nota: este artigo transitou de cruzazul.pt para este bog.

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