sábado, 17 de fevereiro de 2024

O meu erro

No meu desejo de que esta instituição, o investimento de tantos, o precioso contributo dos que me precederam, o desejo prolongado de que outros pudessem continuar o trabalho, levaram-me a precipitar-me a errar.

Entendemos, eu, o presidente da direção e o presidente da assembleia geral, mas especialmente eu, motivado pelo meu impulso e entusiasmo, que uma liderança mais jovem e um movimento dinâmico pudessem ser o futuro que há muito tempo desejávamos.

Na transmissão do facho estávamos também num aperfeiçoamento de estatutos em conformidade com as exigências da DGSS e do Decreto-lei/172A-2014. Ficou acordado que eu e o Presidente da Direção, Virgílio Barros concluíssemos a última revisão, o que efetivamente concluímos.

De seguida insisti junto do presidente da direção eleito André Ameixa que a Assembleia fosse realizada o mais brevemente possível, para que os referidos estatutos fossem aprovados, conforme o requerido pelo ministério da tutela, assim como as contas e relatórios pendentes. E assim foi, no dia 24 de julho essa “assembleia” foi realizada, mas com múltiplas irregularidades.

- A reunião foi combinada exclusivamente entre os elementos da igreja CCLX;
- Não houve convocatória oficial nem qualquer publicação visível em público;
- A reunião foi conduzida pelo presidente da direção ao invés do presidente da mesa que se manteve em silêncio;
- A reunião foi realizada em plataforma Teams, sem respaldo nos Estatutos e na Lei.
- Eu estive presente na qualidade de “consultor”, não como sócio.

Isso mesmo, como “consultor”, não como sócio.

A reunião, naturalmente foi-me desagradável, por não estarem a ser cumpridos os protocolos mínimos para a sua realização, contudo não protestei porque estava em boa fé e também estava presente o presidente da mesa com quem tenho uma relação de consideração e amizade construída ao longo de muitos anos. Contudo dada a urgência do momento eu queria era que o assunto fosse resolvido e eu ficasse em paz.


Na segunda feira dia 5 de fevereiro de 2023 a Susana, minha esposa, assina uma carta registada dirigida ao Presidente da Cruz Azul. A correspondência continua a vir para nossa casa apesar do grande empenho “em poupar-me com estes assuntos … por querer paz na minha cabeça”, mas tudo bem, repetidamente referi que estaria sempre disponível para ajudar.

Depois de muito insistir ligando para o André Ameixa sem nunca obter resposta finalmente decidi ligar para o Nuno Ornelas, o qual dá-me autorização para abrir a carta. A dita, é uma ameaça da Direção Geral da Segurança Social com este conteúdo:



No dia 7/2/2024 em que, finalmente, e depois de ter lançado o repto para que estes dois elementos se demitisse, com a ata e os estatutos assinados pelos elementos da Mesa da Assembleia geral eu caí em mim e percebi que se entregasse aquela ata na Segurança Social com o texto de que a reunião de assembleia fora realizada via Teams isso poderia ser fatal para a instituição, a par da falha já existente. Escrevi então, na carta que acompanhou a entrega, por a assembleia “não ter sido realizada dentro do padrão e legalidade estatutária” iríamos realizar uma outra e para esse efeito o Presidente da Mesa da Assembleia prestou-se a colaborar em conformidade.


Contudo devo também a verdade a todos os sócios e apoiantes desta instituição. Eu não deveria ter consentido com isto. Eu estive lá, eu deveria ter denunciado de imediato esta ocultação ilegal da realização de uma assembleia pois sabia de antemão que os sócios não tinham sido informados nas redes sociais como habitualmente.

À noite, inquieto, fui verificar as mensagens escritas e em áudio que estão no WhatsApp relativo às minhas comunicações sobre esta reunião trocadas entre mim e o André Ameixa e “caiu mais uma ficha”. A Cruz Azul estava a ser transformada na propriedade exclusiva de um grupo, quando, nos tinha sido garantido que o trabalho seria continuado com o envolvimento de todos.


Grave também, foi não termos levado em consideração que os Estatutos preveem que só deverá ser eleito para os corpos sociais sócios que tenham passado pelo “crivo” da permanência e da contribuição. Falhámos. Falhei. Mas espero que ainda tenhamos tempo para corrigir o erro e emendar o nosso caminho.

Então descobri isto e transcrevo:

André, audio: “... é assim, para nós seria sempre uma mais valia ter-te como consultor e se quiseres fazer parte da reunião, nós estamos a marcar para segunda feira via Zoom, tás a ver, porque é mais fácil, à noite tipo oito e meia, se conseguires estar, estas como consultor, digamos assim, pá, seria sempre para nós uma mais valia, mas também não te queremos chatear muito com estes assuntos, porque, pronto, são muitos anos aqui de volta destas coisas e também queres paz à tua cabeça, mas se quiseres estar para nós seria um prazer e uma ajuda muito boa”.

Respondi assim:




André, áudio: “Eu sei que a assembleia é para os sócios, no entanto, eu fiquei sempre na dúvida se as pessoas que estão a contribuir, se configuram como sócios ou como apoiantes, lá está, aquela questão né, porque à partida, a convocatória vai, e essa informação tem estado a ser passada para os novos órgãos sociais, mas não para fora, ou seja, oficialmente não temos sócios, temos apoiantes, parece, segundo eu entendi, então não vamos estar a convocar as pessoas que estão a apoiar para pertencer a uma reunião administrativa, creio eu, ou então agente não fez isso”

Além da tentativa de encostar-me para uma espécie de “consultor e se quiseres fazer parte da reunião” no áudio seguinte à a tentativa de mudar a história: “oficialmente não temos sócios, temos apoiantes, parece, segundo eu entendi”...

Efetivamente eu coloquei em plataforma ficheiros onde constam várias pessoas categorizadas como “sócios”! E os membros dos corpos sociais anteriores? Nem esses seriam sócios? Descaradamente percebemos aqui, como muito arrependimento da minha parte, que há uma intenção deliberada de sonegar a instituição a todos os restantes que continuam a investir nela.

Não consigo descrever-vos o que senti quando li este conteúdo.


Então finalmente o André atende o telefone... “Então Samuel diz-me lá o que precisas”.
“Bem, não sou eu quem precisa, é a Cruz Azul que precisa…”

Entrámos num diálogo duro, ele empurra para o Nuno Ornelas que é “quem tomou o meu lugar”, eu digo-lhe que a carta é da responsabilidade do Presidente da Direção e acabo por o responsabilizar por negligência.

No seguimento, é-me dito que o assunto terá sido enviado para a contabilista (sendo que este assunto é uma responsabilidade da direção) e que foi enviado o e-mail. Quando recebo o encaminhamento do e-mail verifico que foi enviado para a Contabilista Certificada o conteúdo ficheiros de trabalho da ata da assembleia geral cujo acesso é restrito a mim e ao mail cruzazulportugal@gmail.com

Diante do desastre eminente ligo para a DGSS, solicito por email uma audiência e peço 30 dias para resolver isto. Nesse dia 6 à tarde envio-lhes um e-mail para que se demitam.

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