sábado, 17 de fevereiro de 2024

Em minha defesa pessoal

(Carta de André Ameixa em resposta ao meu repto de renúncia com as minhas respostas incluídas em letra azul.) Samuel,

Em resposta ao teu apelo tenho a dizer que não há da minha parte qualquer problema ou constrangimento que voltes ao exercício de funções na CA, apenas a referir que não saíste por coação e relembrar que foste tu quem teve necessidade, quase em desespero, de passar a CA a quem notoriamente tinha trabalho feito em Portugal e com relevância, se bem me lembro das tuas palavras, não querias que a CA morre-se contigo. 


De fato, honro mais uma vez a coragem e sobriedade que tiveste na altura e tenho a lamentar agora o retrocesso.

André,


Muito obrigado. 


Ainda assim eu não estava desesperado. Simplesmente era uma busca que há muito tempo desejávamos. Além disso, em dois momentos da minha vida na instituição eu coloquei o meu lugar à disposição: aquando da atribuição do terreno e quando foi concluído o projeto de financiamento para a primeira construção.


Ainda devo esclarecer que todo o artista que se preze, deseja que a sua obra seja perpetuada no tempo; todo o líder que se preze deseja que a sua herança seja transmitida a outros e que os seguintes façam uma obra múltiplas vezes maior.



A equipa atual (órgãos sociais) tem neste momento 11 elementos, dos quais 9 já deram resposta que não desejam continuar na sua maioria por não se reverem na tua postura nem nos argumentos apresentados na carta.


Para que fique registado, quero pontuar o seguinte:


 - A CCLX como organização e no seu coletivo de membros deu centenas de donativos ao longo do ano de 2023, que resultou na capitalização de uma organização que estava praticamente sem fundo de maneio e com escassos apoiantes. A CCLX não usou a CA , a CCLX capitalizou a CA.


Então eu também quero pontuar o seguinte:


A pandemia Covid-19 foi declarada extinta em 2022 e durante o período da sua vigência não houve visitas a igrejas. Esta situação levou a que também houvesse um decréscimo grave no ritmo de donativos.


Ainda assim foi entregue a uma nova liderança uma instituição valorizada em mais de 1 milhão de euros. Quando comecei, havia um computador Amstrad que não foi entregue (cerca de 300 contos), um buraco financeiro de inexplicável de 1.000 contos (resolvido por mim quanto o António Jorge era o TOC), cerca de 2.000 euros de dívidas à CMLisboa (descoberto já no período do euro) de um apartamento em Chelas, um conjunto de documentos de um passado recente. contributo bastante valioso para que eu fizesse o melhor arranque para a visão que se pretendia e 100 contos na conta bancária. Eu auferia em 1995, da AD do Fogueteiro cerca 75 contos.


- Tencionava dar-te a relação do saldo bancário de Dezembro de 2023, em comparação a Dezembro de 2022, para mostrar-te o quanto a CA ganhou financeiramente com a CCLX mas é me impossível uma vez que mandaste cancelar o cartão bancário, sem nenhuma justificação ou qualquer autonomia/autorização para o fazer. Aproveitaste o fato do cartão ainda estar em teu nome e foste ao banco mandar cancelar o cartão ou dá-lo como extraviado para impedir o acesso à conta. Isso demonstra o tipo de motivação e o nível de comportamento que estás a ter com alguém que nunca te prejudicou em nada. Antes pelo contrário, sabes perfeitamente que após 27 anos de liderança na CA, a CCLX foi a única igreja que te honrou comprando um Voucher da Odisseias para desfrutes de um fim-de-semana com a Susana. Ninguém mais o fez. Nenhum dos órgãos sociais , ou seja, a equipa que estava contigo a desempenhar funções ao longo de anos teve o cuidado de te honrar e prestar homenagem, salvo as palavras do pr Brissos na última reunião. Além disso, honrámos publicamente mais do que uma vez o teu trabalho. Acho ridículo o teu comportamento e gratuita a tua hostilidade.


A utilização de cartões bancários em nome por outra pessoa que não seja o próprio não é lícito e não necessito de autorização alguma para cancelar qualquer cartão que esteja com o meu nome inscrito. A hostilidade para comigo começou quando percebi, antes disto, que eu era um indivíduo descartável assim como todos os que estiveram ao meu lado durante muitos anos. Eu fi-lo para proteger também os donativos dos sócios do CCLX que espero que continuem envolvidos, inclusive nas assembleias gerais, para que possam participar e apoiar as decisões tomadas tal como era feito antes de vocês tomarem posse. Deixei livre o meu cartão do Millennium como prova de boa fé. Já agora, a existência dos cartões foi instituída para facilitar a gestão e reforçar a transparência - não há dinheiro movimentado que não deixe rasto digital, eu próprio extingui há muitos anos o “dinheiro em caixa” para que todos os movimentos sejam passíveis de verificação.


O voucher, que foi um gesto bonito, foi para um dia, nós pagámos o restante. No ano em que casámos, houve a Assembleia Geral da Federação Internacional na Hungria. A Cruz Azul pagou o meu bilhete de avião, nós pagamos o da Susana e a estadia foi paga pela Cruz Azul incluindo um passeio turístico extra que é pago à parte. 


Tudo quanto eu pedi e necessitei das sucessivas direções, que era razoável e possível foi-me sempre concedido.


O que foi feito de positivo será honrado e para isso já vos comuniquei que desejo contar com representantes do CCLX nos três órgãos sociais. Mas um relacionamento forte tem de assentar na verdade e na confiança mútuas. Esta é portanto uma oportunidade rara de fazermos juntos o que deveria ter sido feito antes.


- Como já referi, apenas depois de aceitar o convite do pr Nuno Ornelas para estar na presidência da CA, soube que a razão de praticamente não haver fundo maneiro para o desenvolvimento de atividades nem para projetar o orçamento de 2023, deu-se ao “empréstimo” de cerca de 30.000,00€ que a CA disponibilizou para ti, ainda diretor executivo em funções na altura, para abrires a tua empresa de transportes e adquirires os veículos, licenças etc. Ainda assim, abstive-me de fazer qualquer juízo de valor ou de minar a tua reputação e imagem junto de quem quer que fosse. Tive a garantia que havia registos contabilísticos sobre o assunto e para mim isso foi o suficiente para confiar na tua idoneidade. Talvez tenha sido ingénuo. E pergunto-me se “as centenas de sócios, milhares de apoiantes, inúmeras igrejas e os grandes parceiros da CA como a aliança evangélica”, que fizeste questão de referir na carta, sabem que usaste fundos de donativos da CA para dares início a um projeto pessoal ? Creio que não. Mas ainda assim vens me acusar de uma má gestão quando só iniciei funções em janeiro de 2023.


Há uma insinuação grosseira neste parágrafo que terá de ser desenvolvida com enorme rigor. Esta petulância vinda de alguém que recebe um salário de uma IPSS fruto de pioneirismo de muitos torna a insinuação ainda mais peculiar. 


A crítica, cega qualquer um, e falha a perceção de que estão mais de 300.000,00 euros em jogo e ainda lhe poderemos acrescentar mais este 30.000,00, no mínimo.


Não vou tolerar que falte, em detalhe, tudo quanto precisa de ser escrito. O André Ameixa conseguiu ferir não só a minha idoneidade (termo usado), como também a idoneidade da Direção, do Conselho Fiscal e da própria Assembleia geral. Quem critica desta forma as decisões de outros naturalmente não lhe pode ser reconhecida qualquer posição de responsabilidade.


Mas para não nos esticarmos muito, até porque quem não lê estatutos também não quer saber de mais nada. Vamos sumarizar por aqui antes de irmos mais longe:
- 2018-2022 são 5 anos, são 70 meses de salário.

- 30.000,00 / 84 são 428,57€ por mês!

Uma conclusão rápida e séria faz-nos concluir que se continuássemos a permitir que este dirigente continuasse à frente da Cruz Azul rapidamente questionaria a razão porque os seus liderados precisam de comer.


Mas, ele diz que é “empréstimo”. Então vamos lá …


Eu “nunca” recebi salário da Cruz Azul. Também, nunca nenhuma direção o negaria se ele fosse possível. Ainda, por quem destes dirigentes agora estiver a ler isto confirmará que várias vezes o tentámos, mas as médias mensais de contribuição nunca atingiram a média necessária que permitisse adjudicar 30% desse montante para um salário.


Mas primeiro vamos esclarecer o “nunca” entre aspas.


Antes da atribuição do terreno à Cruz Azul desenvolvemos 3 grandes projetos de prevenção primária. O último “Agora Tu Sabes” foi a nível nacional, por 2 anos. Neste projeto de cerca de 100.000,00 euros pude incluir 2 salários, um deles a meu favor. Mas como tinha o salário da Assembleia de Deus utilizei esta verba (minha por direito, ainda que por acumulação) para adquirir para a Cruz Azul o que também era necessário e que as rúbricas do projeto não podiam financiar. Modernizámos o escritório da Cruz Azul, comprámos equipamento de som e instrumentos para escola de música. Algum deste equipamento ficou depois ao serviço da Igreja Conquistadores onde eu era o pastor principal. Quando houve a fusão de membros com a Assembleia de Deus de Almada, o equipamento que não podia guardar foi confiado à AD Almada. Algum equipamento que ainda restou foi entregue ao CCLX de Palhais. Não vendi pessoalmente nada que foi adquirido com um certo propósito. Contudo informo que algum equipamento foi usado para angariar fundos para adquirir materiais para a realização do Encontro Casais com Cristo em Ponta Delgada, ministério de que ainda hoje fazemos parte. Não foi para pagar bilhetes, poupem-me a mais insinuações.


Mas esta segurança social paga serviu para outro propósito. Por circunstâncias alheias à minha vontade tive de abandonar a minha zona de conforto, assumi a congregação de Fernão Ferro sem salário, neste ano este enorme terreno foi cedido à Cruz Azul, o meu casamento desfez-se e fiquei por 3 anos com subsídio de desemprego servir a Igreja e a Cruz Azul e livre de horários obrigatórios por contra de outrem. 


Entretanto o tempo de bons préstimos cessou e encontrei emprego em segurança privada no Grupo 8. Por causa dos turnos perdi a possibilidade de continuar com os grupos de apoio, deixei de poder assumir compromissos com escolas e em sintonia com a direção da Cruz Azul escolhemos “o futuro”, ou seja, o terreno. Confesso que a minha situação ainda instável e de oficialmente casado, não me deixava confortável para tomar decisões das quais mais tarde, e uma vez superada a minha crise pessoal, me viesse a arrepender. Relativamente ao terreno, se não metêssemos mãos à obra iríamos perdê-lo, pois vi isso acontecer com um terreno cedido à Cruz Vermelha no Seixal.


O projeto de construção para alcoólicos e deficientes, POPH-2 fez-nos gastar imenso dinheiro, cerca de 4.000,00€ e a Segurança Social não o aprovou apesar do compromisso assumido pela CMSeixal de que a propriedade seria regularizada brevemente. O terreno sofre de uma pendência desde há anos, ainda não está na posse definitiva da instituição, ainda está em avos indivisos e não pode por esta razão ser alvo de financiamento público.


Mas não ficámos parados e avançamos para outro projeto. Como já tínhamos sido vítimas de roubos de mais de 3.000 euros em materiais, investigamos alternativas seguras de construção. Então surgiu a ideia de construir com tubos anelares a pagamos a um arquiteto para aperfeiçoar a ideia. Hoje será fácil gozar com aquela estrutura inacabada mas quando tive de enfrentar um ladrão que se dirigiu a mim com um machado na mão eu gostaria de saber quem ficaria para rir ou mais rápidos a fugir.


Mas ainda havia outro problema para resolver: um pivô integralmente disponível para gerir e trabalhar, e claro, só podia ser o Diretor Executivo.


Como eu estava a trabalhar agora em Uber (desde 2017) e esta área de atividade estava em vias de ser legalizada e PARA NÃO COMPROMETER A CRUZ AZUL COM UM SALÁRIO QUE LHE ESGOTARIA OS RECURSOS trabalhamos a ideia de o D.E. ter autonomia de horário se tivesse a sua própria empresa “uber”. E foi assim que surgiu a figura de “empréstimo”. 


E assim aconteceu. Fundámos a empresa em 2018, adquirimos viaturas e rapidamente a empresa cresceu para 6 viaturas próprias, uma equipa de 20 elementos, 6 elementos a contrato sem termo. A empresa financiou a abertura de 3 poços de água na India, apoiou lideres em dificuldades económicas, adiantou pagamento a dois “desconhecidos” recomendados que não tinham onde dormir e como comer, e enquanto isso o DE dedicou-se com mais afinco à Cruz Azul conforme o compromisso assumido. Já agora, quando for possível digam-me onde se pode comprar 6 carros novos com 30.000,00€.

Em fevereiro de 2020 ruiu tudo, a equipa desfez-se, a Susana encontrou emprego facilmente noutra área de atividade, as duas colaboradoras assistentes do aeroporto a contrato tiveram de ser despedidas, o sócio gerente Samuel teve de fugir de gerente para sócio para não pagar segurança social porque o estado não lhe deu apoio e o único assalariado que sobrou na empresa foi o Paulo Coveiro que teve um apoio parcial em layoff. Mas não baixámos os braços. Eu continuei a servir a Cruz Azul com mais disponibilidade enquanto duravam as restrições de circulação e o Paulo Couveiro, farto de estar em casa, foi para também para o terreno aperfeiçoar os calos. A empresa pagou o salário do Paulo enquanto trabalhava no terreno quando ele simplesmente poderia ter ficado no sofá a receber salário.

Mas vou dizer-vos mais sobre aquilo que a empresa e nós pessoalmente contribuímos para a Cruz Azul. Digo-vos sinceramente que, disto sim, eu tenho vergonha de partilhar.

1. Durante 8 anos a nossa casa foi um viveiro de árvores da Cruz Azul. Regámos, cuidámos e ciclicamente, fomos plantando no terreno. Não seria possível ter aquela beleza hoje na propriedade se não fosse este investimento nosso. Se o viveiro fosse no terreno seriam roubadas como foram roubadas uma dezenas de árvores de fruto ofertadas por um empresário do CCVA da Lousã que tinham sido recentemente plantadas. Em 2018, último levantamento estatístico, o património vegetal foi avaliado em 25.322,00 euros (ficheiro disponibilizado a vós e que não lhe ligaram coisa alguma). Não cobrámos 1 cêntimo à Cruz Azul pelas centenas de m3 gastos em centenas de vasos nos meses em que esta manutenção foi necessária.


2. As intervenções da minha equipa, só em 2018, em 30 áreas demarcadas no terreno foram avaliadas contabilisticamente em 44.300,00€. Este ficheiro também está à vossa disposição mas também não vos interessou consultá-lo. Se for necessário forneço também os mapas até 2022…

3. Há mais de 15 anos, seguramente, que a Cruz Azul não tem encargos com telefone, internet e equipamentos. Vou colocar à vossa disposição para reflexão um cálculo de 50,00€ (vou incluir NetFlix, hoje em dia essencial à atividade pastoral) x 180 meses = 9.000,00€. Luz, aquecimento e gaz, na proporção do uso de escritório ao serviço da Cruz Azul é oferta da casa. Impressora e tinteiros também.


4. A nossa cave continua inundada com imensas coisas da Cruz Azul. Mais De 10 anos de ocupação. Não fui consultar o preço por m3 num armazém, deixo esse estudo por vossa conta.


5. Todo este esfoço nos terreno atraiu a presença das famílias Rocha e Sanchez. Além do pagamento da água, eles fazem manutenção ao terreno, colocaram um portão de ferro, colocaram rede em toda a extensão do terreno, ofereceram as fossas sépticas e muitas coisas mais que é impossível contabilizar. Eles são parte da “minha equipa” para que conste.


6. Desde que a empresa foi iniciada as despesas do combustível das viaturas da Cruz Azul, o Ford Focus e a Ford Transit ficaram por conta da empresa. Além de desconto de frota na Prio a empresa beneficiou do IVA. A Cruz Azul beneficiou desta oferta. Não tenho valores, não tencionava jogar isso à cara de ninguém.

7. A carrinha que aparece numa das fotos publicada por vós na página FB da Cruz Azul a agradecer o que já tinha sido agradecido (até hoje não tenho dormido bem só a pensar na motivação daquela publicação) é da Igreja Conquistadores para Cristo, que antes de termos a carrinha de caixa aberta andou a rebocar areia, cimento e tijolos, cima e abaixo, para a construção do muro, o Clio azul era do meu pai. A Igreja pagou o combustível, sempre. Essa foi a viatura também que para a elaboração do projeto POPH-2 fez centenas de km entre Santarém e Setúbal para a elaboração do projeto. Esta foi uma das minhas “viaturas Cruz Azul”. em paralelo irei demonstrar-vos que volantes conduzi ao serviço da instituição durante estes 27 anos e quem os pagou. Só isso torna esta insinuação ainda mais insana. 8. Quando visitava igrejas aos domingos e em outras ações que por vezes decorriam aos sábados, quando estava de serviço como segurança, a Igreja Conquistadores e a Cruz Azul, intervaladamente, pagavam a um colega meu para fazer o serviço (entre 30,00€ - 40,00€). Se no domingo estivesse de serviço no turno das 00:00-08:00 ou no dia anterior das 16:00-24:00 se a viagem da manhã seguinte fosse longa uma entidade pagava o sábado e outra o domingo. O provento que resultava da visita, artigos e ofertas eram canalizados integralmente para a conta da Cruz Azul. Para maiores compromissos da Cruz Azul durante a semana este "esquema" não era possível porque a sua maior visibilidade poderia colocar em risco o meu emprego, além dos episódios de mudanças repentinas de horários e prolongamentos do serviço até 12:00 horas.


Nota. A propósito de combustível eu também poderia precipitar-me a julgar para que depósito foram os enchimentos mensais no valor correspondente a um depósito de carrinha e que constam nos extratos bancários de 2023. No terreno, para trabalhar, só pareceram uma vez, a carrinha da Cruz Azul está parada à minha porta… Terei todo o interesse e direito, à luz dos estatutos em solicitar à direção que vos suceder as respetivas atas que validaram tais procedimentos administrativos.

Voltando à questão, lembro-te André, que a minha questão pendente não foi ocultada nem impedimento para transferir a liderança da instituição para alguém. A existência da mesma não fez com que eu me encolhesse e tivesse medo de qualquer chantagem moral da vossa parte, o que realmente, como eu esperava, e lamentavelmente, aconteceu.

Conforme combinado, apesar de eu ter poupado mais 300.000,00 euros a esta instituição e de a ter valorizado de 500,00 euros para mais de 1 milhão de euros, de não vos ter entregue um assalariado oficial a reclamar salários em atraso (como muitos artistas o fazem) o que foi combinado foi resolver isto num futuro próximo. Foi, não foi? Estivemos ambos no escritório da Mariana Bento em Salvaterra de Magos e falamos sobre isto.

E para os que nos lerem as opções são estas:
1. Amortizar a “dívida”;

2. Pagar com trabalho (como se já não tivesse sido sobejamente pago);

3. Entregar recibos de trabalho realizado.

Informo ainda que neste mês de fevereiro de 2024 entreguei documentos para amortização. Não fugi, não abdico da minha responsabilidade.

Esta acusação repugna-me. Mas o que me envergonha é ter de advogar em minha própria defesa, ter abdicado do meu interesse e direito pessoal para que no presente, uns inconscientes tenham o atrevimento de colocar em causa a educação que o meu pai me deu e o Caminho me ensinou a enveredar.


- ⁠Relembro que 2023 foi um ano atípico e atribulado como sabes. Tu passaste por um divórcio estando no comando de uma igreja. Portanto devias ser a última pessoa a vir cobrar de mim ou do Nuno dividendos de 2023. Acho imoral. E sabes perfeitamente que não trabalho em exclusivo para CA, trabalho à full-time no Exército de Salvação, sou pastor CCLX, e obviamente tenho a minha família para cuidar. Mas desenvolvi trabalho pela CA ao longo do ano, gastei várias horas e fiz vários quilómetros pela CA. 


Nos dias em que o meu casamento ruiu eu estava a braços com o projeto “Agora Tu Sabes” e que entre outras entre muitas coisas tinha a responsabilidade de gravar, editar e enviar um programa de rádio para mais de 90 estações de rádio e com uma audiência de cerca de 1 milhão de ouvintes. Foi muito doloroso.

No mesmo período no prédio onde a Cruz Azul tinha o escritório sofreu um prejuízo grave. Um abuso do construtor, que construiu paredes em cima da laje sem vigamento fez com que alguns anos depois os dois pisos do R/C se abatessem e o esgoto de todo o prédio fosse destruído. A Câmara ameaçou cortar a água pois os esgotos começaram a correr para a rua, para o poço do elevador e a ameaçar a estabilidade do prédio. A despesa da reparação foi distribuída por todos os condóminos, cerca de 7.000,00 por cada. A Cruz Azul não tinha dinheiro. Melhor, tinha, mas não podia de deixar de cumprir com o projeto que estava em curso.

Entretanto, como a Cruz Azul tinha assumido as despesas deste andar em nome da Luz da Vida, um esquecimento durante vários anos do pagamento o imposto que hoje dá pelo nome de IMI, bateu-nos à porta. Foram mais 2.500,00 €. A Cruz Azul não tinha dinheiro, a Luz da Vida também não.

Entretanto, o telhado, que também é de todos, começou a verter água e a despesa da sua substituição foi repartida por… já sabem. A Cruz Azul não tinha 5.000,00€.

Tinha na altura também um cartão American Express totalmente livre e empenhei-o, assim como a totalidade do meu cartão Millennium BCP. Passei 3 mandatos de direção a justificar-me sobre a razão porque aquele dinheiro estava a ser subtraído da Cruz Azul para para a minha conta.

Caríssimo, eu não estou a cobrar dividendos a ninguém porque ninguém é obrigado a ser voluntário quando não pode. Se não podiam pediam ajuda. Esse foi o meu compromisso quando abdiquei. Agora colocar a vida da instituição em causa é inaceitável. Se não me pediram ajuda é porque CLARAMENTE queriam colocar-me de parte da vida da instituição. Um poucochinho de humildade na hora da dificuldade resolve a maior parte dos problemas.

Por favor não me fales em horas não pagas a favor desta causa.


- Algumas atividades dinamizadas na CA, as quais passo a nomear: tivemos ações de limpeza no terreno com os jovens da BASE CCLX; tivemos o evento dos batismos com piquenique, onde dezenas de famílias tiveram oportunidade de conhecer o espaço, sem nunca ter ouvido falar sequer da CA se não através da cclx; dinamizamos as redes sociais e angariamos seguidores, foi feito um investimento na comunicação da CA; iniciamos com ajuda de uma empresa de consultoria um processo de candidatura a um concurso de construção de equipamentos sociais no terreno, já com projeto e orçamento de construção elaborado, que está em standby porque o estado não abriu as candidaturas aos fundos do PRR, como esperado em 2023; desenvolvemos contacto para uma ação de formação do programa que se chama “30 semanas” ministério da Igreja da Cidade, promovido pela Rede Inspire Portugal, com intuito formar voluntários e criar grupos de apoio a pessoas com adição, nas 11 cclx espalhadas por Portugal. Algo que não se concretizou porque a formação estava prevista para novembro do ano passado e foi reagendada para este ano.

Pode parecer pouco mas com alguma honestidade, facilmente podes concluir que em 10 meses aconteceu mais do que nos últimos 10 anos.


Vou começar pelo fim. Se um filho meu, criança, me dissesse arrogantemente que em 1 ano de escola já aprendeu mais do que eu em 10 anos, eu dava-lhe um par de estalos; se fosse adolescente a dizer isso privava-o do smartphone durante pelo menos um ano; mas como quem diz isto é adulto eu vou escrever-lhe apenas que é “mal educado e inconsciente”. Vou lembrar-vos de um detalhe meramente insignificante: sem remoção prévia do mato o vosso "uzinho" picava-se tal como o meu foi picado muitas vezes; quando não havia casas de banho e higiene só entravam lá os cavalos e estes saiam de lá sempre com calos nas mãos.

Mais:
- Não tiveram “ações de limpeza”, tiveram UMA ação de limpeza;
- Os batismos são uma atividade de igreja, não de Cruz Azul. A Cruz Azul nunca batizou pessoas;

- Claro que nunca ouviram falar, antes não contribuíam. Só uma vez fui convidado pelo CCLX para uma atividade de jovens;
- A plataforma de Facebook continua entre os 4 e os 5 mil, nada de novo.
- Tanto quanto sei o terreno continua impedido de receber verbas do estado, ainda está em avos, conforme a informação e explicação que vos foi facultada. Preferia ser informado se foi feito algum contacto com o Pelouro do Urbanismo e CLASS para essa finalidade;

- Preferia não ter lido aqui que o propósito do CCLX é abrir grupos apenas nas igrejas do CCLX.

- Como disse antes uma transição de liderança pressupõe fazer mais, não menos. Também com maior humildade que os anteriores, já agora.


- ⁠Em relação ao estatuto de IPSS da CA, e outras burocracias eu percebo a preocupação, é válida e não a desconsidero mas eu fiz aquilo que me orientaste a fazer que foi, depois de concluído o trabalho de atualização dos estatutos enviar para contabilidade para submeter à segurança social. Podia ter sido esquecimento meu, como sabes foi um verão quente na CCLX e tive que gerir muita coisa, inclusive uma divisão na igreja da margem sul conduzida da forma mais dessimulada que infelizmente já assisti. Mas não foi o caso, os documentos foram enviados , organizados e devidamente assinados . E se alguma coisa houvesse em falta deveria ter me sido comunicado, são coisas que eu não domino e limitei-me a seguir indicações. 

Não houve negligência da minha parte. Era uma pasta que TU estavas voluntariamente encarregue de terminar , a qual EU dei seguimento cumprindo a indicação de passar para contabilidade. Coisa que diz em agosto de 2023. Poderá no entanto ter havido falha de comunicação pois a contabilista diz que nada sabia do assunto , isso remete para ti. No entanto devia haver colaboração para a resolução do problema e não um ataque direto da tua parte ao qual me vi obrigado por honra a defender. 


André, no final da reunião eu enfatizei que era necessário enviar a ata assinada e os estatutos assinado para a DGSS. Isso não foi feito. A responsabilidade desse ato é da direção não da contabilidade. Não digo que a contabilista não possa ajudar, isso é entre a direção e ela própria. O que foi enviado para a Mariana Bento foram ficheiros da Cruz Azul sem qualquer cabimento e sem assinatura. Uma falta de senso gritante!

“Isso remete para ti”? Como assim? Na reunião a que se chamou Assembleia geral eu estive quase por favor e agora sou responsabilizado por essa falha quando o compromisso entre direção cessante e promissora foi de concluir a revisão e entregá-la à gestão eleita. Isto foi feito. Realmente isto não é aceitável. Tem de haver alguém de fora a julgar esta sacudidela do capote porque todos os limites foram mais uma vez ultrapassados.

A vossas questões internas de sucesso, fracasso ou divisão de liderança não são do foro da Cruz Azul. 


Posto isto, e indo agora direto ao assunto, é com prazer que abdico de bom grado das minhas funções. Estou disposto a colaborar no que for preciso. Quero apenas fechar as contas de 2023 e cooperar contigo no que for necessário para o desenrolar deste processo, aguardando indicações tuas, visto o carácter urgente com que impões a tua vontade. Apenas peço que o faças por escrito e de forma sucinta por favor.


Espero que consigam construir naquele lugar um espaço para a cidade oásis, que me parece ser a anátema de tudo isto.

Agradeço a tua disponibilidade assim como a do presidente da mesa da assembleia em evitar a invocação do Artigo que poderia impor a realização de uma assembleia geral com a força de 10% dos sócios. Assim evitámos exposição pública antecipada. Porém, com lamento meu a minha reputação foi lesada e neste momento não sei até onde terei de levar a minha defesa de forma a salvaguardar a insinuação grave de que fui alvo.

Relativamente ao futuro, tanto o CCLX como a Cidade Oásis terão a oportunidade, se desejarem colaborar, para utilizar o espaço e ajudar quem precisa e em conformidade com o objeto social da instituição. A Cruz Azul não servirá para construir “um espaço para o CCLX ou para a Cidade Oásis”, será certamente um lugar onde todos podem empenhar-se em favor do próximo. Enquanto viver continuarei cá para ajudar quem o desejar.


Cumprimentos 

André 


Este documento do que diz respeito a elementos factuais e números poderá ser melhorado.
Cumprimentos
Samuel


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